Claudia Nên

Claudia Nên é uma artista visual sergipana cuja obra combina a força da cultura popular nordestina com uma abordagem conceitual contemporânea. Natural de Itabaiana, Sergipe, Claudia iniciou sua trajetória no desenho e na xilogravura, e posteriormente encontrou na escultura em cerâmica sua principal forma de expressão. Sua produção é marcada por um diálogo constante entre o tradicional e o moderno, explorando temas que vão desde as festividades populares até questões sociais e políticas urgentes, como a crise migratória e a fragmentação identitária.

A artista cria figuras estilizadas e poderosas, muitas vezes agrupadas em composições simbólicas. Suas obras, como “Objetivos em Comum”, “Refugiados” e “O Grito”, evocam sentimentos de resistência, coletividade e a luta pela expressão em um mundo cada vez mais fragmentado. Em sua prática, elementos da xilogravura nordestina aparecem reinterpretados em formas tridimensionais, enquanto a escolha de cores e texturas minimalistas reforça a força narrativa de cada peça.

Claudia é amplamente reconhecida por seu trabalho que conecta o regional ao universal. Em sua obra, o tradicional assume um caráter introspectivo, revelando a angústia do individualismo. Ao mesmo tempo, algumas de suas figuras exploram a fragmentação da identidade humana, questionando os limites entre individualidade e coletividade.

Sua trajetória artística inclui exposições individuais e coletivas, incluindo as mostras “Nordeste Expandido” e “O Bicho que Habita em Você”. Claudia recebeu prêmios importantes, como na Bienal Naïfs do Brasil, e suas obras fazem parte de coleções institucionais e privadas. 

Claudia Nên redefine os conceitos de arte popular, criando esculturas que não apenas celebram a tradição, mas também questionam os dilemas do homem pós-contemporâneo. Suas peças são convites para reflexões profundas sobre o tempo, a identidade e as condições humanas, desafiando as percepções tradicionais que se presentam sobre a arte nordestina.